Artigo – Rescisão unilateral dos planos de saúde
Artigo

O Fim da Linha? Entenda a Rescisão Unilateral de Planos de Saúde e seus Desdobramentos.
Introdução:
A rescisão unilateral de contratos de planos de saúde, ou seja, o cancelamento do plano pela operadora sem o consentimento do beneficiário, tem sido um tema bastante controverso no Brasil.
A prática, que tem afetado especialmente idosos e pessoas com necessidades especiais, gerou debates acalorados no Congresso Nacional e mobilizou a sociedade civil. Neste artigo, vamos analisar os principais aspectos dessa questão, desde os fundamentos legais até as implicações para os consumidores.
O que motivou a polêmica?
A recente onda de cancelamentos de planos de saúde, alegadamente motivada por questões financeiras e fraudes, gerou grande repercussão negativa. A prática tem sido alvo de críticas por parte de consumidores, defensores dos direitos do consumidor e parlamentares, que veem nessa conduta uma afronta aos direitos básicos à saúde.
O que diz a legislação e a jurisprudência?
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem se manifestado sobre a questão, estabelecendo alguns parâmetros para a rescisão unilateral de planos de saúde:
- Planos individuais e familiares: A rescisão unilateral só é permitida em casos de fraude ou inadimplência prolongada (mais de 60 dias nos últimos 12 meses), desde que o consumidor seja notificado previamente.
- Planos coletivos: Não há impedimento legal para a rescisão unilateral, mas ela só pode ocorrer após o término do período inicial de vigência do contrato e mediante prévia notificação aos beneficiários.
Proteção especial para grupos vulneráveis
Independentemente da modalidade do plano, a rescisão unilateral é proibida durante o tratamento médico do beneficiário, incluindo gestantes. Essa medida visa garantir a continuidade da assistência à saúde e proteger grupos vulneráveis.
As consequências da rescisão unilateral
A rescisão unilateral de planos de saúde pode gerar diversas consequências negativas para os consumidores, como:
- Dificuldade em encontrar um novo plano: Pessoas com doenças pré-existentes podem enfrentar dificuldades para encontrar um novo plano ou pagar por um valor mais elevado.
- Interrupção de tratamentos: O cancelamento do plano pode interromper tratamentos em andamento, colocando em risco a saúde do beneficiário.
- Aumento da judicialização: A prática tem levado a um aumento no número de processos judiciais, sobrecarregando o Judiciário.
O que fazer em caso de rescisão unilateral?
Se você teve seu plano de saúde cancelado, é importante:
- Verificar a legalidade da rescisão: Analise o contrato e verifique se a operadora está agindo dentro da lei.
- Procurar a ANS: Denuncie a operadora à Agência Nacional de Saúde Suplementar.
- Contratar um advogado: Um advogado especializado em direito do consumidor pode te auxiliar na defesa dos seus direitos.
Conclusão
A rescisão unilateral de planos de saúde é um tema complexo que exige uma análise cuidadosa da legislação e da jurisprudência. É fundamental que os consumidores conheçam seus direitos e busquem orientação jurídica em caso de necessidade. A discussão sobre o tema deve continuar, com o objetivo de garantir a proteção dos consumidores e a qualidade dos serviços de saúde suplementar no Brasil.